Os meus FEMINISTAS e Ele
16.7.18
Se há coisa que eu não suporto na vida
é a desculpa de que erramos porque x ou y acontecimento marcou a nossa
infância. Isso ou dizerem que o ambiente onde crescemos fará de nós seres
humanos mais ou menos equilibrados.
Não
acredito nisso, não mesmo. Mas, uma coisa é certeza, se o ambiente onde fomos
criados não era o mais positivo, o futuro exigirá de nós um trabalho árduo, que
jamais será fácil se quisermos acabar com aquela roda que supostamente nos
estava destinada.
O
primeiro Homem da minha vida encontrei-o aos 18 anos. Crescido num ambiente
machista, onde assistiu a actos violentos contra as mulheres, episódios que lhe
marcaram a existência.
Com
30 anos vivia sozinho, mas era a mãe que lhe arrumava a casa, que lhe tratava
da roupa e cozinhava.
O
L. não sabia cozinhar. O L. não sabia sequer lavar roupa numa máquina. Ou
melhor, não precisava preocupar-se com isso visto que a mãe continuava a gerir
a casa dele.
Conclusão,
O L. ainda era dependente da mãe neste ponto de vista.
Se
a mãe fazia questão de o fazer? Claro. Foi educada assim e continuava a seguir
aquela linha de educação com os filhos de sexo masculino.
Acreditem
que ainda existem muitas mulheres cheias de ideias e atitudes machistas, se eu
acho que é maldade neste caso concreto? Não. Acho mesmo que é fruto de uma
educação e de um ciclo vicioso onde cresceu que acabou por destruir a sua
auto-estima de Mulher completa e independente.
Quando
o conheci conversei com ele sobre esta questão, sobre o quão era injusto para a
mãe dele, claro que ela dizia que não se importava, mas ele estava a roubar
tempo de vida da mãe para comodidade dele. Não era justo.
Felizmente
o Homem da minha vida questiona-se frequentemente e é inteligente para mudar
por ele próprio e adaptar-se a novas escolhas que ele define.
O
L. felizmente de machista no seu comportamento não tinha nem tem nada, pois
sempre respeitou a Mulher que sou. Sempre nos definiu com direitos e deveres
iguais. Sempre adorou preparar as nossas casas como eu gosto e sempre fiz.
Ainda me lembro de eu chegar com ideias e de ele alinhar na hora, ou de me
dizer que não seria possível devido a X ou Y motivo.
Jamais
ousou falar das minhas escolhas vestimentares, se existem peças que ele não
gosta? Claro. É capaz de me dizer SE EU PERGUNTAR que não é muito fã daquela
peça e fica por aí. Tal como acontece no sentido contrário.
Temos três filhos juntos, o L. não é só pai deles de nome, ele faz questão de viver a vida como um verdadeiro pai, está presente na vida dos três, ensina e aconselha como ninguém, mudou fraldas e deu comer à boca a todos. Lembro-me sempre de sorriso nos lábios todas as vezes que ele chegava a casa com roupa de bebé que viu numa loja à saída do trabalho. O brilho com que me mostrava aquelas peças emocionavam-me sempre. Que memórias boas eu tenho com este homem, com esta minha família.
Temos três filhos juntos, o L. não é só pai deles de nome, ele faz questão de viver a vida como um verdadeiro pai, está presente na vida dos três, ensina e aconselha como ninguém, mudou fraldas e deu comer à boca a todos. Lembro-me sempre de sorriso nos lábios todas as vezes que ele chegava a casa com roupa de bebé que viu numa loja à saída do trabalho. O brilho com que me mostrava aquelas peças emocionavam-me sempre. Que memórias boas eu tenho com este homem, com esta minha família.
Mas,
não é só pai destes três fantásticos miúdos, também já passou uma fase em que
foi meu "pai" quando a saúde me pregou umas partidas.
Não só aprendeu tudo o que havia para aprender como acabou por fazê-lo sozinho durante meses o nosso ninho nunca deixou de estar perfeito, assim como nunca descuidou dos nossos filhos, dele ou até de mim.
Não só aprendeu tudo o que havia para aprender como acabou por fazê-lo sozinho durante meses o nosso ninho nunca deixou de estar perfeito, assim como nunca descuidou dos nossos filhos, dele ou até de mim.
Vejo
e ouço imensas vezes mulheres queixarem-se que o marido nunca participa nas
tarefas domésticas. E a minha vontade é sempre a mesma, responder-lhes que a
situação só vai mudar quando ELE quiser. Quando ELE abrir a mente e perceber
que tarefa nenhuma é destinada a um sexo, mas sim a um ser humano. Aí as coisas
poderão mudar. Parem de achar que é tarefa, missão vossa educá-los para que
mudem. As mudanças acontecem quando eles decidem que algo no comportamento,
educação deles não está certo.
Por tudo isto é que digo sempre não escolham as pessoas com quem querem dividir um caminho da vida apenas pela aparência ou por acharem que com o tempo vão poder mudar aqueles comportamentos machistas que vendem a desigualdade de géneros.
Por tudo isto é que digo sempre não escolham as pessoas com quem querem dividir um caminho da vida apenas pela aparência ou por acharem que com o tempo vão poder mudar aqueles comportamentos machistas que vendem a desigualdade de géneros.
Se
algo vos incomoda no seu comportamento em relação a esta questão machista,
conversem sem incriminar, sem julgar, ponham apenas "as coisas em cima da
mesa" e façam com que a pessoa entenda onde está a injustiça, o erro. E
será a sua reacção que vos dirá se aquela pessoa está ou não disposta a mudar e
lutar pela igualdade e respeito que TODAS merecem.
Lembrem-se, nós podemos educar as crianças que dependem de nós, mas com os adultos podemos apenas participar na sua mudança. Mudança essa que só acontece quando a pessoa em questão percebe que o seu pensamento e ações estavam errados e querem melhorar. Aí nós podemos ilucidar caminhos, acompanhar e até mesmo ensinar se nos pedirem, mas NADA nesta mudança depende de nós. Nada.
O primeiro Homem da minha vida é também o primeiro Homem da vida deles, um exemplo de integridade, respeito e equilibrio. A pessoa perfeita para eles chamarem de exemplo!
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