As Aventuras dos Cinco : Londres

8.6.18

Falemos então de Londres, cidade que visitámos durante as férias de carnaval.
Se para mim Londres já era conhecida, pisei a cidade pela primeira vez há quase 20 anos quando vivi o meu primeiro intercâmbio nesta vida de cidadã do mundo, mas para os meus miúdos foi uma verdadeira aventura numa grande cidade.
Óbvio que se fascinaram com coisas banais para quem vive nas grandes cidades e acharam estranho outras tantas.
Faz-me bem saber que crescem em segurança no meio das montanhas, mas que também têm noção que o "mundo lá fora" não é só isso.

Falemos então da nossa aventura em Londres...

Como chegámos?

Ora então, desde há muito tempo que decidimos viajar durante o ano para vários sítios durante uns dias em vez de um mês inteiro em determinada cidade/país como muita gente faz, sobretudo emigrantes.
Por isso, confesso que companhias low cost para ir conhecendo as cidades europeias são a nossa escolha principal. E a nossa escolha acaba quase sempre por cair na Easyjet, nunca viajei com a Ryanair, mas sei que também fazem voos de Portugal até Londres.
Com alguma antecedência comprei os voos na easyjet e consegui assim viajar em família por menos de 300€. Sim, isto é um preço maravilhoso para uma família de 5 pessoas a embarcar em Genève!
Escolhemos ir para o aeroporto de Gatwick pois tinham o serviço EasyBus directo até Earls Court, bairro onde iríamos ficar alojados.

Sobre o serviço EasyBus... tivemos alguns contratempos, como o nosso voo chegou atrasado e a fila para controle de passageiros era enorme acabámos por chegar em cima da hora e o bus já estava cheio (pois, mesmo tendo reserva naquele bus como não estávamos presentes 10 minutos antes o pessoal aproveitou os lugares vagos). E ali estávamos nós à espera do próximo que chegaria uma hora depois.
Confesso que não é serviço que voltarei a usar, não pelo que aconteceu, mas sim porque as carrinhas são nojentas, acreditem que se derem importância à limpeza como eu dou também não gostarão. Sujas sujas sujas. Muito mesmo, demais.
Mas, pronto... estávamos instalados e quase uma hora de estrada para chegar ao nosso hotel, que na verdade não é bem hotel, mas já vos explico.

Onde ficámos?


Para os amantes da série Dr. Who, em Earl's Court encontrarão o TARDIS à entrada da estação do metro.
Eu e o marido quando começámos a viajar em família decidimos que numa coisa não poderíamos poupar... o alojamento. Eu sempre achei que o sítio onde ficamos dita logo o humor com que viveremos a viagem. Ou seja, quando chego a um sítio gosto de me sentir confortável, à vontade, que seja limpinho e que me dê vontade de ficar. Já me aconteceu alugar um apartamento no Porto e ainda bem que era só uma noite porque foi um stress em relação à limpeza.
Mas voltando a Londres, decidimos ficar no bairro Earl's Court, um bairro bonito, organizado, calmo e sobretudo com acessos excelentes já que o nosso objetivo era conhecer Londres a pé e transportes públicos.
Escolhemos um aparthotel pois quando viajamos com os filhotes esta é sempre a nossa primeira opção (como fizemos emItália), o No1 The Mansions situado numas das avenidas principais e a cinco minutos do metro.
O bom deste sistema é a liberdade de um apartamento com os serviços característicos de um hotel. Claro que também existem horas de check-in/out, assim como um serviço de quarto o que é ótimo.
Sobre o apartamento, acredito que pelo preço encontraria um airbnb localizado num bairro mais conhecido, mas faltaria aqueles serviços que nós gostamos de ter.
Confesso que fiquei agradavelmente surpreendida pela quantidade de coisas que deixam à disposição, louças, eletrodomésticos, café, pequenas atenções. Não nos faltou mesmo nada e sentimo-nos em casa.
Earl's Court como vos disse é um bairro super calmo com casas maravilhosas, cheio de lojas e lojinhas, muitos restaurantes e cheio de vida sobretudo na zona do metro onde ficámos hospedados.


A pé e de metro

Tenho a dizer-vos que não somos família de roteiros nem obrigações quando viajamos. Gostamos claro de por em papel as coisas que gostaríamos mesmo muito de fazer, visitar, mas nunca marcamos data ou hora fixa porque férias para nós é mesmo sinónimo de fazer como apetece.
Por isso, a única coisa que pensei em fazer antes de viajar foi pedir a Visitor OysterCard para nós. Este é um dos serviços que o aparthotel onde ficámos nos oferece (sim, basta enviar-lhes um email e eles guardam os cartões na receção até à nossa chegada).
A Visitor Oyster Card custa 3£, valor que nunca é reembolsado e pode ser recarregada com os valores que pretenderem. Tenho também a dizer-vos que crianças até aos 10 anos viajam gratuitamente desde que acompanhadas por um adulto com titulo válido. E crianças dos 11 aos 15 anos podem usufruir de um desconto de 50% em cada viagem, para isso dirigi-me com a Visitor Oyster Card do Tiago (tem 12 anos) a uma estação de metro (sem a ter usado antes) e pedi que colocassem o desconto naquele cartão e eles assim o fizeram.
E fiquem a saber que se mostrarem o cartão em algumas lojas (estão mencionadas no site de informação) terão alguns descontos, nós usámos o desconto na loja dos M&M’s.
Estivemos em Londres durante quatro dias e carregámos cada cartão com 20£, no final da nossa viagem ainda ficámos com saldo disponível. Acerca do saldo que resta, têm duas opções, ou guardam o cartão caso pensem em voltar a Londres, este cartão e o saldo é válido durante um ano ou podem devolvê-lo e pedir o reembolso do saldo atual.
Todas as informações sobre a Visitor Oyster Card estão aqui.

Para comer

Quando chegámos a Earl’s Court fizemos aquilo a que chamamos ritual do primeiro dia, seja qual for a nossa viagem. Pousámos as malas e lá fomos nós em busca de um supermercado. Encontrámos pertinho do apartamento uma loja TESCO, onde comprámos as coisas para o pequeno-almoço dos dias seguintes. Sim, ninguém sai de casa de barriga vazia nas nossas viagens.
Compramos também a contar com aquela fome repentina que por vezes chega durante a noite.

Depois, nos dias de passeio somos muito fãs dos mercados de rua, o Borough Market tão conhecido pelos filmes que já por lá foram gravados, encontrarão imensa escolha, desde raclette a hambúrgueres vegetarianos, comida internacional e muita fruta fresca.
Aproveitámos também o mercado local de Earl’s Court 
no domingo de manhã apenas com produtores locais, o marido diz que foi ali que comeu o melhor hambúrguer da sua vida! Sem esquecer o Portobello Market a um sábado de manhã para que possam mergulhar no verdadeiro espirito daquele sitio, confesso que compraria quase tudo do que ali vi e me apeteceu mudar para Londres só para lá poder comprar algumas das peças que desejei para a minha casa. Ahhh e tenho a dizer-vos que se tiverem vontade de uma pausa, aconselho-vos vivamente a zona norte de Portobello, uma pausa na Pearl & Groove, uma pastelaria “gluten free”, onde comi um brownie simplesmente maravilhoso. Terão também ali na zona a pastelaria portuguesa “Lisboa”, onde eu não entrei porque a quantidade de clientes à espera era assustadora além de que mesa vaga não havia.
Claro que se passarem por Chinatown e gostarem de comida asiática podem sempre aproveitar os restaurantes “buffet” que além de serem bons alguns deles são baratinhos.
Apaixonados pelo espirito “pub”, passem no Ye Olde Cheshire Cheese, honestamente a comida não achei nada de extraordinário, mas o ambiente e a história valem a visita.




O que visitámos?

Deixem-me dizer-vos que nós somos muito uma família de viajar com mala às costas, por isso nos dias de caminhadas, haviam sandes, fruta e muita água na mochila.

Na nossa lista estava este roteiro porque uma das coisas que queríamos muito ver era a troca de guarda da Rainha e posso dizer-vos que adorámos.
Depois claro que não seguimos à risca o que sugerem no roteiro porque quisemos parar nos jardins que fomos encontrando, parámos a conversar com um senhor que vivia na zona e que ofereceu um saco de pão ao Théo para que ele pudesse dar comer aos patos (sim, não é aconselhável, mas eu deixei. Uma rebelde eu), os miúdos só diziam "os ingleses são mesmo queridos". Sim, confesso que esta delicadeza das crianças me rouba sempre um sorriso.
Assistimos a espetáculos de rua que nos fizeram cantar, dançar e rir à gargalhada.
Depois passeámos pelas várias pontes, andámos pelos vários bairros e absorvemos o espírito de cada canto. Quero dizer-vos que os famosos letreiros luminosos de Piccadilly Circus estavam em manutenção por isso não pude mostrar o jogo de luzes às minhas crias.
Fiquei a saber que também a Torre Elisabeth (onde está o sino Big Ben) estará em manutenção durante estes meses de 2017.
Se forem como nós, percam-se em ruas e ruelas, andem à deriva e verão o quanto é bom encontrar bairros calmos pintados com cores fantásticas, foi assim que descobrimos a zona de Holland Park Avenue (entre outros), os seus jardins e as casas roubaram o meu coração.









Tudo isto para vos dizer que viajar com crianças não é nenhum bicho de sete cabeças, que mesmo quem vive em zonas calmas adapta-se facilmente a um ritmo mais frenético desde que tenham um coração e mente aberta.
Sim, os meus filhos chocaram-se ao ver um polícia atravessar na passadeira quando o sinal estava vermelho para os peões e com os bêbados que insistem em gritar no meio da rua à noite (leia-se 20h e pouco porque depois das 21h não andamos com os miúdos na rua), mas tudo isto faz parte e eles guardam memórias incríveis.


Espero que gostem, em breve partilharei convosco outras aventuras!

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